GIORDANO BRUNO
Giordano Bruno (1548-1600), ao contrário de Copérnico, Tycho e Kepler (ver postagem do dia 06/06/2011 - Heliocentrismo), não era um astrônomo e sim um filósofo.
Nascido em Nola, cidadezinha próxima a Nápoles, na Itália, Bruno recebeu o nome Filipe, que mudou para Giordano quando se tornou clérigo do Convento de São Domingos em 1565. Ficou ali durante dez anos, estudando as filosofias grega e medieval e a cabala judaica. Mas sua maior influência foi a antiga religião egípcia que cultuava o Deus Thot, inventor da escritura e patrono das ciências e das artes, segundo a qual o centro do universo era o Sol.
Matemático, inventor, criador da mnemômica, doutor em teologia (abandonou o hábito pouco depois), Bruno teria formulado o princípio de inércia 19 anos antes de Galileu, segundo alguns estudiosos. Intelectualmente inquieto, adepto da liberdade de pensamento, ele elaborou uma cosmologia em que o universo, infinito, ilimitado e composto de infinitos mundos, esta em permanente movimento e transformação. A matéria seria animada por um princípio anímico que é parte dela, é material, e não espiritual. Mais: a matéria teria em si a divindade. Bruno não aceitava a tese de um Deus transcendente, criador do mundo. Para ele, Deus não era um ser separado do mundo; era o próprio mundo, a natureza.
Essas idéias, que influenciaram a filosofia posterior – nas figuras de Espinosa, Leibniz e Diderot -, causaram-lhe problemas em um época em que predominava a tradição aristotélica – tomista. Acusado de heresia, perseguido pela Inquisição, ele correu a Europa até ser contratado como professor de mnemônica por um nobre chamado Giovanni Mocenigo. Mudou-se para a casa do aluno em Veneza e foi denunciado por ele ao Tribunal do Santo Ofício. Preso durante sete anos e torturado, Bruno foi condenado à morte na fogueira. Morreu queimado no Campo de Fiori, em Roma, a 17 de fevereiro de 1600.
Curiosidade: O cardeal Poupard, responsável, no Vaticano, pelo Pontifício Conselho da Cultura – órgão que reabilitou Galileu -, confirmou, em 3 de fevereiro de 2000, que Giordano Bruno não teria a mesma sorte. O cardeal escreveu, em seu parecer, que “a condenação por heresia de Giordano Bruno, independentemente do julgamento que se possa ter sobre a pena capital que lhe foi imposta, apresenta-se plenamente motivada".
Escultura que retrata o momento da condenação de Giordano Bruno à fogueira pela Inquisição.
Monumento em homenagem a Giordano Bruno, erigido em 1889.
Campo de Fiori, em Roma, local onde o filósofo foi queimado pela Inquisição.
Giornado Bruno e seu pensamento sobre o universo infinito.
Bibliografia: Enciclopédia do Estudante, Vol. 12 - História da Filosofia, Editora Moderna, 2008.
Pedro Venturini do Rosário - nº 14
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